Ainda em notícias sobre o Festival de Sanremo, já começou o bafafá ao redor do Povia, que se auto-denomina ex-gay, e que vai concorrer com uma canção sobre o tema (Luca era gay). Ninguém ouviu a música, ninguém sabe a letra, mas todo mundo só fala nisso. Ele queria chamar a atenção e está conseguindo.
Eu, particularmente, acredito em ex-gay tanto quanto em Papai Noel. Minha monografia foi sobre adoção por casais homossexuais e por conta dela, pesquisei bastante sobre o tema, desde as raízes históricas da homossexualidade até o novo conceito de família homoafetiva.
Povia fala em cura para a homossexualidade, certo? Ela foi retirada do Código Internacional de Doenças em 1985. Antes disso, em 1973, foi retirada da relação de distúrbios mentais pela Associação Americana de Psiquiatria. Voltando ainda mais no tempo, Sigmund Freud já refutava o caráter patólogico do comportamento homossexual. Agora vêm me falar em ex-gay. Isso não existe! O que existe é a escolha em ser ou não ser socialmente homossexual, como diz uma das maiores especialistas no assunto, a desembargadora Maria Berenice Dias. Sendo assim, o que se diz “ex-gay” é aquele sujeito que se assume homossexual, mas por alguma razão, volta atrás, casa-se com uma mulher, tem filhos com ela e tenta ser feliz assim. Muitas vezes consegue. Outro caso é o do indivíduo bissexual, que se apaixona por alguém do sexo oposto. Nas duas hipóteses o que há é a escolha por seguir ou não a tendência homossexual que existe. Agora ex-gay? Como assim? Cura para algo que não é doença? Povia, Povia, toma um chá de coragem, reassuma que é gay e faça uma música chamada “Luca è ancora gay”.
Esse texto foi publicado em 28 de janeiro, antes do festival. Agora, minha impressão depois de ouvir a música, que aliás, ficou em terceiro lugar. Foi o talento ou a polêmica gerada? Bom, vamos lá...
Achei a música meio boba e a letra, pobre. Gostei do Povia como cantor, mas achei que ele quer “causar” demais. No final das contas, a letra nem fala tanto sobre a tal cura da homossexualidade, mas há quem ache que o Povia deu uma mexidinha na letra para não ser linchado na saída do teatro Ariston.
Em suas apresentações no Festival de Sanremo, ele sempre exibia um cartaz tosco com alguma frase ainda mais tosca. Na apresentação final, Povia trouxe uma versão acústica da música que, sinceramente, gostei. Mas a ceninha que ele armou foi de uma tosqueira inacreditável. Um “artista plástico” foi colocando desenhos nuns cavaletes estrategicamente colocados no palco e no final um casal de noivos entrou e trocou um beijo. E a moça ainda jogou o buquê.
Para arrematar, Povia e seu último cartaz, que dizia: “Serenità meglio che felicità” (Serenidade é melhor que felicidade). Ops! Então ele ficou sereno depois de sua “cura” da homossexualidade, mas não é feliz com a esposa? Legal..........
Equipe Música Italiana
Eu, particularmente, acredito em ex-gay tanto quanto em Papai Noel. Minha monografia foi sobre adoção por casais homossexuais e por conta dela, pesquisei bastante sobre o tema, desde as raízes históricas da homossexualidade até o novo conceito de família homoafetiva.
Povia fala em cura para a homossexualidade, certo? Ela foi retirada do Código Internacional de Doenças em 1985. Antes disso, em 1973, foi retirada da relação de distúrbios mentais pela Associação Americana de Psiquiatria. Voltando ainda mais no tempo, Sigmund Freud já refutava o caráter patólogico do comportamento homossexual. Agora vêm me falar em ex-gay. Isso não existe! O que existe é a escolha em ser ou não ser socialmente homossexual, como diz uma das maiores especialistas no assunto, a desembargadora Maria Berenice Dias. Sendo assim, o que se diz “ex-gay” é aquele sujeito que se assume homossexual, mas por alguma razão, volta atrás, casa-se com uma mulher, tem filhos com ela e tenta ser feliz assim. Muitas vezes consegue. Outro caso é o do indivíduo bissexual, que se apaixona por alguém do sexo oposto. Nas duas hipóteses o que há é a escolha por seguir ou não a tendência homossexual que existe. Agora ex-gay? Como assim? Cura para algo que não é doença? Povia, Povia, toma um chá de coragem, reassuma que é gay e faça uma música chamada “Luca è ancora gay”.
Esse texto foi publicado em 28 de janeiro, antes do festival. Agora, minha impressão depois de ouvir a música, que aliás, ficou em terceiro lugar. Foi o talento ou a polêmica gerada? Bom, vamos lá...
Achei a música meio boba e a letra, pobre. Gostei do Povia como cantor, mas achei que ele quer “causar” demais. No final das contas, a letra nem fala tanto sobre a tal cura da homossexualidade, mas há quem ache que o Povia deu uma mexidinha na letra para não ser linchado na saída do teatro Ariston.
Em suas apresentações no Festival de Sanremo, ele sempre exibia um cartaz tosco com alguma frase ainda mais tosca. Na apresentação final, Povia trouxe uma versão acústica da música que, sinceramente, gostei. Mas a ceninha que ele armou foi de uma tosqueira inacreditável. Um “artista plástico” foi colocando desenhos nuns cavaletes estrategicamente colocados no palco e no final um casal de noivos entrou e trocou um beijo. E a moça ainda jogou o buquê.
Para arrematar, Povia e seu último cartaz, que dizia: “Serenità meglio che felicità” (Serenidade é melhor que felicidade). Ops! Então ele ficou sereno depois de sua “cura” da homossexualidade, mas não é feliz com a esposa? Legal..........
Equipe Música Italiana
Um comentário:
O Giuseppe Povia é mesmo controverso... tem uma tendência a se chocar com alguns segmentos da sociedade italiana, mas a qualidade do seu trabalho musical é inegável. Ele é autor de composições premiadas que merecem ser ouvidas.
I bambini fanno ooh (disco de ouro/ música jingle do Kinder ovo)
"Vorrei avere il becco"- 1ºlugar Festival Sanremo de 2006
"Ecco cosa c’è" - linda
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