domingo, 10 de janeiro de 2010

Heart- Elisa (2009)

Desde o excelente “Pearl Days” (2004) Elisa não lançava um álbum de músicas inéditas. Demorou, mas valeu a pena, e muito. “Heart”, lançado em 13 de novembro, foi amor à primeira audição. O álbum me parece um apanhado de toda a carreira da cantora de Monfalcone, como músicas que remetem ao estilo dark-eletrônico do primeiro disco, outras que remetem ao delicadíssimo “Lotus” (2003) e ainda algumas com o tom rock’n roll de “Pearl Days”, tudo isso arrematado pelo excelente dueto com Giuliano Sangiorgi em “Ti Vorrei Sollevare”, primeiro single do disco. Confesso que esperava mais músicas em italiano, mas há só o já mencionado dueto e mais uma canção, a fofíssima “Anche Se Non Trovi le Parole”.

O álbum foi produzido pela própria Elisa, coisa que ela só tinha feito em “Lotus”, dessa vez acompanhada por Andrea Rigonat, o “namorido” da cantora e pai da filhinha dela, Emma Cecile.

 “Vortexes”, abre o disco e é de cara uma das minhas preferidas. Letra, música e vocais impecáveis. Belo jeito de começar!

“And All I Need” também achei muitíssimo boa. Aliás, o nome do disco vem do refrão dessa música. “And all I need is to go back to the start, just erase our time apart 'n make sure that it's still you and I'll be speaking to your heart.”

Agora a primeira em italiano: “Anche Se Non Trovi le Parole”. Achei uma graça. Pensei que logo enjoaria dela, pois considero os vocais um tanto cansativos, mas ocorreu justamente o contrário, passei a gostar mais dela com o tempo. A menção ao cuore (Heart) também está no refrão dessa.

“This Knot” puxa para o estilo dos primeiros discos, ou talvez numa mistura de “Pipes & Flowers” e “Pearl Days”. Gosto bastante, em especial da ponte.


“Mad World” é a minha primeira queridinha desse disco! Amei profundamente.  Na verdade, trata-se de um cover do Tears for Fears, que Elisa começou a cantar nos shows durante o tour Mechanical Dream. Caiu tão bem em seu repertório que ela acabou gravando. Aliás, geralmente amo os covers de Elisa. Ela é o tipo de cantora que dificilmente consegue estragar as canções alheias. A canção começa calminha, quase introspectiva, e sobe gradualmente até terminar num rockinho muito legal, com direito a guitarras e gritinhos. A-M-E-I.


Agora vem “Ti Vorrei Sollevare”, que eu já tinha ouvido e amado. Achei um dueto perfeito, onde as vozes se combinaram muito bem, além de ter melodia e letra lindas. Apesar de comentarem  por aí que a música é muito comercial, o que importa se eu achei maravilhosa? Quando eles começam a cantar a ponte eu sempre me arrepio: Vorrei viaggiare su ali di carta con te, sapere inventare!! Ops! Me empolguei!  Em breve, farei um post sobre o clipe dessa canção...

 “Your Manifesto” parece mais um rockinho saído diretamente de “Pearl Days”. ADORO! E olha que Elisa nem anda mais pagando de roqueira por aí como umas e outras. Antigamente ela era mais louquinha, tinha franja assimétrica, mais piercings. Agora mamãe Elisa está comportadíssima.


“The Big Dipper” é a minha preferida! Lembra muito o estilo do CD “Lotus”, meu preferido. Achei linda, delicadíssima, intensa. A sonoridade levemente indiana me faz viajar e tenho vontade de sair rodopiando pela sala, sabe? É a mesma vontade que me dá ao ouvir “Dancing”, uma das músicas que eu mais amo entre todas de todos os cantores do mundo inteiro.

“Someone To Love” é mais uma boa canção, embora não tenha ficado entre as minhas preferidas. Sei lá, me parece comum, e nem se compara a “Poems by God”, essa sim uma queridinha. Gosto muito da melodia e da letra, uma das melhores desse disco.

“Coincidences” é outra que ouço à exaustão! Mas depois dela é que vem a bomba, no melhor sentido possível. “Lisert” foi uma canção à qual não dei muita atenção quando ouvi pela primeira vez, mas a partir da segunda audição, me apaixonei. Coisa mais linda o refrão! A guitarra do começo dá a ideia de que vai ser mais um rockinho, mas não, ela é algo lindo e inexplicável.  Caí de amores para sempre! Impecáveis os vocais, letra profunda.


“Forgiveness” é a única música que me deixa com o pé atrás. Não gostei do dueto com o tal de Antony Hegarty, do Antony And The Johnsons, que eu não sei quem é, nem faço questão de saber, porque não gostei mesmo dele. Não funcionou como o dueto com Giuliano Sangiorgi. Além disso, essa música me lembra alguma coisa que eu não sei o que é. Não fui mesmo com “a cara”. O arranjo é lindo, mas a voz do sujeito me irrita. Talvez se Elisa cantasse sozinha minha impressão fosse melhor.

“Dot In The Universe” encerra o disco de forma descompromissada. A melodia me lembrou “A Prayer”, que encerra o álbum “Lotus”, especialmente no refrão, mas é um jeito fofinho de encerrar o trabalho.



Concluindo, digo que “Heart” foi um agradabilíssimo retorno de Elisa às inéditas, falhou apenas na quantidade de músicas em italiano. Duas é muito pouco! Tá bom que, “Pearl Days” não tinha nenhuma e depois saiu uma versão de “Life Goes On”, mas poxa, queria mais. Ainda vou ficar na esperança de um single ou EP com versões em italiano, mas já sabendo que é praticamente impossível. Fora isso, amei o álbum. É Elisa em excelente forma como compositora, produtora e cantora.


Melhor(es) música(s): Lisert, Ti Vorrei Sollevare, The Big Dipper, Poems By God


Pior(es) Música(s): Forgiveness

Nota: 9.5


Site oficial: www.elisaweb.net


Um comentário:

Anônimo disse...

Ti Vorrei Sollevare: O HINO. =D