
Voltando a "Finalmente", trata-se de um EP composto por sete faixas inéditas, das quais cinco levam o nome de Virginio seja na composição e/ou no arranjo. E aqui cabe uma observação sobre a vitória do cantor no Amici e a qualidade do seu disco de estreia. Durante a décima edição do Amici, e depois dela, comentei diversas vezes que julgava Annalisa Scarrone como a melhor participante, logo quem eu esperava que vencesse. Continuo pensando da mesma forma. Acho ainda que o álbum pós-Amici de Annalisa, "Nali" (2011), é superior a "Finalmente", porém o trabalho de Virginio como "cantautore" é mais consistente do que a cantora de Savona, pois a única música de Nali que foi composta por Annalisa é justamente a mais fraca do álbum, e notadamente inferior às demais. Dessa forma, sigo achando que Annalisa merecia ganhar, mas reconheço que Virginio é um jovem muito talentoso, tanto como cantor quanto como compositor.
A música que abre o disco é justamente a que o nomeia: Finalmente. Já na primeira faixa Virginio demonstra o bom interprete que é. A letra da música não é nenhuma obra-prima, mas é perfeitamente aceitável e não tem nenhuma das rimas demasiadamente batidas sobre as quais sempre falo.

Non ha importanza e A maggio cambio (escrita por Francesco “Kekko” Silvestre, do Modà), são as terceira e quarta faixas, respectivamente. São músicas boas, não se destacam como Ad occhi chiusi, mas não há nada nelas que as desabone ou interfira na qualidade do disco.
Dolcenotte, quinta música a compor "Finalmente", é aquele exemplo de canção simples, porém com um mínimo de originalidade que aliada a uma boa interpretação resulta em uma ótima música. Sale, segundo single do disco, e sobre a qual já falei aqui, é a faixa que destoa das demais. Contudo, de uma forma benéfica. Ao contrário das anteriores, esta faixa não tem como tema principal o amor. O foco aqui é o outro muito comum aos jovens, a liberdade. Sincero, última canção do disco, é outra que merece elogios e encerra muito bem "Finalmente".
Acredito que o mais relevante deste EP é que ele nos mostra que ainda é possível fazer trabalhos relativamente bons tendo como público alvo os jovens e cantando sobre questões amorosas. Basta ter o mínimo de originalidade e um bom intérprete. Penso ser esse o ponto principal que diferencia este de outros jovens cantores saídos de programas televisivos, pois talvez alguém esteja estranhando o fato desses elogios a Virginio e críticas a, por exemplo, Valerio Scanu. Este tem um timbre tão bonito quanto o do Virginio, e talvez até seja mais preciso e refinado vocalmente, porém não emociona quando canta, ou seja, ainda que seja um cantor muito bom não é um intérprete de mesma qualidade. Assim, Virginio, mesmo tendo muito para evoluir, apresentou um trabalho digno de um jovem cantor e compositor que pretende trilhar um caminho no cenário musical italiano. Quem sabe o veremos no Sanremo do ano que vem, e dessa vez na categoria dos cantores já consagrados.
Melhores músicas: Ad occhi chiusi; Sincero.
Piores músicas: (não há).
Nota: 8.0