Luca Marino (Busto Arsizio, 1981) foi um dos artistas que se apresentaram na categoria “Nuova Generazione” da 60ª edição do tradicional Festival di Sanremo. Chegou à final da sua categoria, mas não venceu. Já comentei aqui e aqui que gostaria que a vitória fosse dele. Contudo, como no Festival temos contato com apenas uma canção de cada artista, chegou o momento de opinar sobre o álbum de estreia do cantor, lançado durante o Sanremo deste ano.
A primeira atenção vai, certamente, para o título do álbum, bastante original. Para Luca Marino, a ideia a ser transmitida é justamente a de responsabilidade.
Alguns dos comentários que li, antes de ouvir o álbum, apontavam uma semelhança entre o estilo de Luca Marino e o de Gianluca Grignani. Eu achava totalmente ilógico. Conheço relativamente pouco do trabalho do Grignani, mas não conseguia ver nenhuma semelhança entre Non mi dai pace e qualquer outra música do cantor de Milão. Mas isso foi até ouvir “Con la giacca di mio padre”.
A música que abre o álbum é Non è stato semplice, e se eu não tivesse a certeza que o álbum era do Luca Marino poderia jurar que se tratava de uma interpretação do Grignani. A música, que não é ruim, é bem diferente do estilo da defendida no Sanremo. Talvez a grande semelhança com o estilo de um outro cantor já famoso ou mesmo os trechos em que a dicção fica um pouco comprometida me fazem não gostar da música. Confesso que nesse momento, pensei que tivesse me enganado com o meu mais novo queridinho.
A segunda faixa é La mia ragazza mi ha lasciato per uno di nome Fabio. O título quilométrico sintetiza exatamente a música. Canções de desilusões amores não fazem muito o meu estilo, porém o diferencial de La mia ragazza mi ha lasciato per uno di nome Fabio é justamente o arranjo “pra cima”, que torna música divertida, carismática e “radiofônica”. Acredito que essa seja uma boa opção para o segundo single do cantor. Cabe destacar que nesta música a semelhança com Gianluca Grignani ainda existe, porém menos acentuada.
A terceira faixa é Delirio delle tre e é uma das minhas preferidas, a primeira sem lembrar Grignani, o que mostra que Luca Marino tem sim o “seu” estilo de cantar. A música fala da vontade de fugir de uma situação insustentável, do companheiro e de si mesmo. E Roma é apresentada como destino da fuga, como o lugar que possibilita um recomeço.
A música seguinte é Fili d’incanto, com a qual eu tenho uma relação um pouco contraditória. Por um lado acho a interpretação do Luca Marino fantástica nesta canção, por outro, ela, em especial seu texto, não me “convenceu” e muito menos me conquistou. A música, assim como todas do álbum, fala de amor, neste caso o artista quer e pode oferecer a sua amada. Tinha tudo para ser uma das melhores, mas acaba sendo sem graça.
Non mi dai pace é a quinta faixa. A música é lindíssima e ainda que não tenha vencido a categoria em que concorreu no Festival, foi a melhor escolha para o Sanremo. Sem dúvida, Luca Marino (autor de todas as músicas deste álbum) foi imensamente feliz ao compor esta música. Em especial o trecho “tu per me, sei sole, cielo e lacrime”*. Retrato perfeito do redemoinho de emoções que vem com o amor.
Levriero, faixa seguinte, dá a impressão de que algo não combina. É a que tem o arranjo mais animado, e realmente o problema não é o arranjo, nem a letra e também não é a interpretação. Simplesmente parece que música não está em sintonia com o restante do cd. É como se fosse apenas uma mais animadinha porque o álbum precisava de uma faixa com essas características.
Niente come te é outra boa música. Também fala de um amor não correspondido, mas de uma forma “bem dosada”, que faz com que a canção se torne mais agradável a cada nova audição.
A penúltima faixa é L’estate, que trata da alegria do amor (finalmente!) realizado. É uma ótima música, ainda que não tenha a poesia de Non mi dai pace.
A música que encerra o álbum é Sole e grandine e, de certo modo, é o contrário de Non mi dai pace, pois nesta canta-se o que a amada é para o cantor e na última faixa de “Con la giacca di mio padre” é cantado o que se gostaria de ser para a sua amada. É uma boa música, não mais e nem menos.
“Con la giacca di mio padre”, de modo geral, é um bom álbum de estreia. A semelhança, em especial nas primeiras faixas, com o estilo de Gianluca Grignani pode apagar o brilho do jovem cantor, mas as boas canções que Luca Marino interpreta ao seu próprio modo ajudam a reequilibrar a balança. Não existem músicas ruins neste primeiro trabalho do cantor de Busto Arsizio, algumas apenas não estão no mesmo nível que as demais.
Resta esperar para ver qual o trabalho de divulgação que a Warner fará com o cantor (e isto inclui a seleção do próximo single) e qual o caminho Luca Marino seguirá em seu próximo álbum: o dele próprio ou a sombra de Gianluca Grignani.
Melhores músicas: Non mi dai pace; La mia ragazza mi ha lasciato per uno di nome Fabio; Delirio delle tre; L’estate.
Piores músicas: Non è stato semplice; Levriero.
Nota: 8.0
* “Você pra mim é sol, céu e lágrimas.”
A primeira atenção vai, certamente, para o título do álbum, bastante original. Para Luca Marino, a ideia a ser transmitida é justamente a de responsabilidade.
Alguns dos comentários que li, antes de ouvir o álbum, apontavam uma semelhança entre o estilo de Luca Marino e o de Gianluca Grignani. Eu achava totalmente ilógico. Conheço relativamente pouco do trabalho do Grignani, mas não conseguia ver nenhuma semelhança entre Non mi dai pace e qualquer outra música do cantor de Milão. Mas isso foi até ouvir “Con la giacca di mio padre”.
A música que abre o álbum é Non è stato semplice, e se eu não tivesse a certeza que o álbum era do Luca Marino poderia jurar que se tratava de uma interpretação do Grignani. A música, que não é ruim, é bem diferente do estilo da defendida no Sanremo. Talvez a grande semelhança com o estilo de um outro cantor já famoso ou mesmo os trechos em que a dicção fica um pouco comprometida me fazem não gostar da música. Confesso que nesse momento, pensei que tivesse me enganado com o meu mais novo queridinho.
A segunda faixa é La mia ragazza mi ha lasciato per uno di nome Fabio. O título quilométrico sintetiza exatamente a música. Canções de desilusões amores não fazem muito o meu estilo, porém o diferencial de La mia ragazza mi ha lasciato per uno di nome Fabio é justamente o arranjo “pra cima”, que torna música divertida, carismática e “radiofônica”. Acredito que essa seja uma boa opção para o segundo single do cantor. Cabe destacar que nesta música a semelhança com Gianluca Grignani ainda existe, porém menos acentuada.
A terceira faixa é Delirio delle tre e é uma das minhas preferidas, a primeira sem lembrar Grignani, o que mostra que Luca Marino tem sim o “seu” estilo de cantar. A música fala da vontade de fugir de uma situação insustentável, do companheiro e de si mesmo. E Roma é apresentada como destino da fuga, como o lugar que possibilita um recomeço.
A música seguinte é Fili d’incanto, com a qual eu tenho uma relação um pouco contraditória. Por um lado acho a interpretação do Luca Marino fantástica nesta canção, por outro, ela, em especial seu texto, não me “convenceu” e muito menos me conquistou. A música, assim como todas do álbum, fala de amor, neste caso o artista quer e pode oferecer a sua amada. Tinha tudo para ser uma das melhores, mas acaba sendo sem graça.
Non mi dai pace é a quinta faixa. A música é lindíssima e ainda que não tenha vencido a categoria em que concorreu no Festival, foi a melhor escolha para o Sanremo. Sem dúvida, Luca Marino (autor de todas as músicas deste álbum) foi imensamente feliz ao compor esta música. Em especial o trecho “tu per me, sei sole, cielo e lacrime”*. Retrato perfeito do redemoinho de emoções que vem com o amor.
Levriero, faixa seguinte, dá a impressão de que algo não combina. É a que tem o arranjo mais animado, e realmente o problema não é o arranjo, nem a letra e também não é a interpretação. Simplesmente parece que música não está em sintonia com o restante do cd. É como se fosse apenas uma mais animadinha porque o álbum precisava de uma faixa com essas características.
Niente come te é outra boa música. Também fala de um amor não correspondido, mas de uma forma “bem dosada”, que faz com que a canção se torne mais agradável a cada nova audição.
A penúltima faixa é L’estate, que trata da alegria do amor (finalmente!) realizado. É uma ótima música, ainda que não tenha a poesia de Non mi dai pace.
A música que encerra o álbum é Sole e grandine e, de certo modo, é o contrário de Non mi dai pace, pois nesta canta-se o que a amada é para o cantor e na última faixa de “Con la giacca di mio padre” é cantado o que se gostaria de ser para a sua amada. É uma boa música, não mais e nem menos.
“Con la giacca di mio padre”, de modo geral, é um bom álbum de estreia. A semelhança, em especial nas primeiras faixas, com o estilo de Gianluca Grignani pode apagar o brilho do jovem cantor, mas as boas canções que Luca Marino interpreta ao seu próprio modo ajudam a reequilibrar a balança. Não existem músicas ruins neste primeiro trabalho do cantor de Busto Arsizio, algumas apenas não estão no mesmo nível que as demais.
Resta esperar para ver qual o trabalho de divulgação que a Warner fará com o cantor (e isto inclui a seleção do próximo single) e qual o caminho Luca Marino seguirá em seu próximo álbum: o dele próprio ou a sombra de Gianluca Grignani.
Melhores músicas: Non mi dai pace; La mia ragazza mi ha lasciato per uno di nome Fabio; Delirio delle tre; L’estate.
Piores músicas: Non è stato semplice; Levriero.
Nota: 8.0
* “Você pra mim é sol, céu e lágrimas.”
2 comentários:
Sou viciada em Non mi dai pace!! É uma das que mais tocam no meu mp3.
Olá, Ana Maria! Obrigada pelo seu comentário. Realmente, Non mi dai pace é muuuito especial!!
Abraços!
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